Estava eu em casa ontem, sozinho, zapeando na televisão, quando meu primo, de 14 anos chega. Ela é um garoto um tanto quanto hiperativo, viciado em jogos de computador e ansioso ao extremo.

Já fui avisado de que não é bom deixá-lo jogando enquanto estiver em casa, então, para distraí-lo, continuei com a televisão ligada enquanto assistíamos Everybody Hates Chris, ou qualquer coisa que lembre isso. O seriado é divertido, até me arranca umas gargalhadas, e nós prosseguimos assistindo, rindo e conversando, até que o último episódio acabou e um jornal sensacionalista começou em seguida.
Eu tenho um ódio especial por jornais sensacionalistas.
Então, para não ter que ver desgraça dos outros, mudei de canal, voltando a zapear. A ansiedade do meu primo já estava num nível terrível, onde ele piscava muito e não parava de mexer a cabeça. Com certeza, ele tinha em mente que, a qualquer momento, eu ligaria o meu PC e jogaríamos

Max Payne 2 ou Tomb Raider Lengends, mas essa não er auma das minhas vontades. Continuei zapeando, até que achei um canal interessante, chamado NGT (não me lembro o que significa a sigla), canal 48 UHF, pelo menos aqui em São Paulo. E nele estava passando um anime chamado Evangelion, onde havia lutas de robôs enormes, os chamados mechas, e alunos numa escola com hormônios a flor da pele.
Eu deixei no canal. Estava achando interessante. Era o típico anime que fazia muito sucesso nos anos 80, o início dessa febre por todo o mundo, e a história parecia, de fato, interessante: era engraçada, tinha ação e entretia de verdade. Mas meu primo começou a coçar os olhos e a piscar mais do que nunca, e se revirava na cama de uma forma estranha, demonstrando mais do que ansiedade, quase um nervosismo. Aquilo estava me deixando irritado.
Foi então que ele se pronunciou:
- Você está gostando disso?
- Sim, estou sim. - respondi, humildemente.
- Mas como? Como você pode estar gostando disso?
- Estou gostando da história, oras. Fora que eu gosto do traço que o mangá tem, eu me divirto assistindo.
- Nossa... - Ele disse, esfregando mais uma vez os olhos. - Você assistindo isso quando se existe um monte de coisa melhor pra fazer? Cê é louco...
- O quê, por exemplo? - perguntei, embora já soubesse que a resposta seria algo relacionado à computador e jogos.
- Não sei. - Foi o que ele respondeu, mas eu sabia que sua mente dizia Você tem um computador mega potente que funciona uma pá de jogos e fica assistindo animes dos anos 80 e ainda diz que está gostando? Você só pode estar maluco!
Foi esse momento que me deu inspiração para escrever o post. O fato é que muita gente, principalmente gente da minha família, me acha estranho por conta dos hobbies que tenho. Ao invés de uma boa noitada, prefiro ficar em casa assistindo a um filme ou lendo a um bom livro. Quando viajo, sempre levo o livro que estou lendo. Meu salário, em boa parte, é gasta com coisas para ler, enfim, eu gosto muito de acompanhar histórias, e não há como mudar isso em mim. Se eu falei que estava gostando do anime naquele momento, é porque, de fato, eu estava gostando.
Mas existe gente que prefere uma boa diversão mais fácil, relacionada a jogos, internet ou pornografia. Acontece que eu prefiro coisas mais saudáveis, que não me prejudicam ou que podem me comprometer. Estou errado por causa disso? Se eu olhar no eu interior e ele me dizer que estou bem, não. Tendo essa resposta pra mim, o que importa o que os outros digam? De certo, nada. Sigo em frente e faço as coisas que gosto de fazer, me importando, primeiramente, comigo, pois se o que queremos é ser feliz, temos que ser egoístas e se importar apenas com o que pensamos. De resto, a gente empurra com a barriga, trabalhando sempre a nosso favor.
Não existe pessoa mais importante do que nós mesmos. Quer dizer, é isso o que eu penso...
Final da história, o Franklin, meu primo, me olha com uma cara estranha, me encarando com os olhos que não paravam de piscar, e diz pra mim:
- Se eu estivesse em casa agora, eu estaria assistindo Malhação.
Fiquei boquiaberto. Eu quis morrer. Malhação?
P.S.: Prometo que postarei mais a partir de agora, mas preciso de umas ajudas, também... Se quiserem...
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