quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Crise Existencial

Ultimamente (na verdade, começou nos meus 16/17 anos), eu comecei a ter crises existenciais. E o pior: essas crises existenciais eram tão fortes que me deixavam triste. Triste. Muito triste.

Peraí, acho melhor eu explicar o que é crise existencial antes que desistam de ler esse post por não saberem do que se trata...

Crise existencial é, basicamente, quando você começa a pensar em como você anda vivendo, nas coisas que você vê, na maneira como você anda agindo e, não tem como escapar desse tópico, nas pessoas que o cercam, principalmente nesse tópico. O que acontece é o seguinte: não haveria crise existencial se não houvesse pessoas ao seu redor.

Não haveria crises existenciais se a sociedade não tivesse tanta influência.

A sociedade é tão sacana que ao mesmo tempo em que ela te fala "viva da maneira como você quer viver", ela te diz "se você não for dessa forma, você não será feliz", e é isso o que mata! Isso é injusto! E o problema é que ela está certa!

Se você não segue o que a sociedade impõe, você simplesmente não será feliz. Por quê? Porque toda a sociedade segue a sociedade, e você será a única gota doce no oceano, e, portanto, solitária. Querendo ou não, somos obrigados a seguir o que a sociedade impõe, certo?

Nem vem me dizer "errado" porque você estará se enganando!

E o que acontece com o ser que não quer seguir o que a sociedade diz, apesar de tudo? Ele fica triste. E começa a pensar em coisas que poderia burlar esse sistema imposto em todas as paredes e tenta provar que a sua maneira de pensar está certa, então, começa-se a crise existencial. Você relaciona pensamentos, coloca um depois do outro e conclui sozinho que você terá que seguir a sociedade apesar de tudo. E o que acontece depois disso?

Você tenta se convencer de que a sociedade está certa! Como? Você conversa com seus amigos, com seus pais, com as pessoas na rua que você nem conhece, com pessoas que não têm nada a ver com você e tenta buscar nelas a resposta para a sua tristeza, tenta procurar o que elas fazem que faz com que sejam tão feliz quanto os outros, menos quanto você. E sabe o que essas pessoas fazem? Elas te dão conselhos.

Mas você não precisa de conselhos. Você precisa de soluções.

Você não precisa de conselhos. Você precisa de soluções.

Você estará sendo egoísta? Sim! É óbvio! Tem conserto? Tem! Sei que tem? Qual?

Não sei.

Talvez seja por isso que eu esteja escrevendo esse post, não? Cansei de conselhos, e quero soluções. Por isso continuo tendo crises existenciais, que me culminam por dentro como nunca! Não desejo isso pra ninguém.

Desconsidere esse texto se você tem um trabalho da hora, uma renda boa, todas as coisas que você quer, um amor do seu lado e uma(s) pessoas ótimas com quem confiar.


P.S.: Se for o seu caso, você pode ler esse texto substituindo a palavra "sociedade" por:
  • Parentes;
  • Amigos;
  • Colegas de escola;
  • Pais e;
  • Pessoas do trabalho.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Rent: Os Boêmios!


Quem me conhece sabe que eu tenho um amor especial por musicais, principalmente os que provém da Broadway. Já assisti o Sweeney Todd, Legally Blonde The Musical, ouvi o The Wicked, o American Idiot on Broadway, enfim, ouvi muitos, e, numa certa vez em que ia à locadora que frequento, encontrei um chamado Rent: Os Boêmios Ao Vivo Na Broadway. Na hora, o impulso de alugar aquele filme, mesmo sem saber a sua história, me tomou por inteiro, mas eu não aluguei, afinal, desembolsar a bagatela de R$3,50 é muito difícil para mim. Demorei três idas à locadora para finalmente alugá-lo, e li a sua sinopse.

O Musial se tratava de algo relacionado a um grupo de jovens que vive nas ruas dos subúrbios de Nova York, e eles não têm dinheiro para pagar o aluguel e tals... Enfim, narra a história de um ano na vida desses amigos, que incluem um aspirante a cineasta, um roqueiro praticamente falido, uma protestante, um travesti que eles diziam que íamos nos apaixonar, entre outros. Eu não sabia nem o que imaginar de uma história que nem essa, então tive que assistir para saber o que dizer.

Coloquei o DVD no computador e assisti, cheio de expectativas. O show era ao vivo, então de repente entrou um cara aparentemente nerd e falou que aquele musical seria dedicado a Jonathan Larson, provavelmente o autor da história, eu pensei. O cenário era antigo, bem confuso, os personagens estavam vestidos para um inverno e a primeira música começou. Não achei nada, continuei assistindo.

Só sei que, com meia-hora de espetáculo, eu estava apaixonado por todos os personagens, inclusive pelo Angel, um travesti muito carismático e extremamente engraçado. De repente, eu não queria que aquele musical acabasse nunca. Nunca.


As músicas foram ficando mais animadas, as composições, mais profundas, e eu percebi que estava diante de uma excelente obra poética em forma de música e teatro, um espetáculo que, puxa, me arrepiava. Os personagens ao cantar demonstravam ser bem fortes apesar de todas as suas dificuldades e os seus conselhos pareciam ser direcionados a mim. Notei que eu não poderia ter morrido sem assistir aquele musical, seria uma grande perda.

E lá vem final. As últimas cenas e música começam a se tornar chocantes, emocionantes, e, quando clímax e a última música se inicia, começo a sentir uma coceira nos meus olhos.

Eles estavam permeados de lágrimas.

Eu pensei "Uau, nunca chorei assistindo coisa alguma, e eu vou chorar assistindo uma peça de teatro?". Limpei os olhos logo em seguida, me impedindo de continuar. O espetáculo terminou, parte do elenco original do musical apareceu e, juntos, o elenco velho e o novo cantaram uma música para a plateia que se chamava Seasons of Love, ou qualquer coisa assim. A letra falava sobre como você mede um ano. Em invernos? Em verões? Em momentos bons? Em ruins?

E que tal medir em amor?, eles diziam. Não tem como não se emocionar, a menos que você não se importe muito com esse tipo de coisa.

E eis que, vendo os extras, eu descobri que aquele havia sido o ÚLTIMO SHOW do Rent após mais de 12 anos de exibição. Não foi a toa, então, que todos os atores estavam muito sensíveis ao atuar, choravam facilmente, a emoção de fazer uma peça de teatro exalava das suas peles. Estava tudo tão real que a explicação para aquilo não podia ser outra senão o começo de um fim. Para eles, aqueles anos de Rent estava terminando ali, na Seasons of Love. Ver os atores chorarem no backstage me deixou ainda mais emocionado, e mais lágrimas vieram aos meus olhos.


Enfim, concluí que aquele musical foi feito pra mim. Me fez perceber que os nossos problemas não são nada se os encararmos com autoridade, com maturidade. ME fez perceber como o humano é um tolo ao tratar o próximo com superficialidade, com se outro fosse um mero medíocre. Eu aprendi uma lição que é a seguinte: eu nasci para ser feliz.

E é por isso que eu super indico o musical Rent: Os Boêmios Ao Vivo Na Broadway. É um musical que fala de amor, amizade e a dificuldade para conseguir o dinheiro do aluguel (?). É romântico, é dramático, engraçado, mas, acima de tudo, é marcante.


P.S.: O Musical é pra 14 anos, pois fala de assuntos como sexo, drogas e Aids.

P.P.S.: O autor do musical morreu.