quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Será que realmente nos preocupamos?

Em uma outra ideia, eu ia dizer que o brasileiro tem uma maneira peculiar de se preocupar com as coisas, mas, refletindo melhor, percebi que não só o brasileiro tem essa maneira peculiar de observar as coisas, mas sim o mundo todo. É um jeito tão maneiro de fazer isso que podemos suspeitar facilmente de que há alguma coisa errada aí. Vamos aos exemplos?

Haiti está sob escombros, disso todo mundo sabe. As pessoas pensam "Nossa, tanta gente morreu..." ou "Nossa, pobre daquelas pessoas..." ou "Por que a tecnologia não previu isso antes?" e a melhor: "Quantos mil morreram?", o que é bastante cruel. Você vê o quão as pessoas estão interessadas em ajudar só por essas frases.

Eis que, então, ligamos no noticiário, vemos aquele bando de gente negra cheia de cal e sujeira na cara, ouvimos notas realmente profundas nos dizendo o quanto que eles sofrem e voltamos a nos fazer as mesmas exclamações e interrogações acima. As imagens são tão chocantes que nos sentimos mal... Tem gente que até chora, outros rezam para seus deuses implorando ajuda para os enfermos, e até afirmamos sentir uma certa empatia por aqueles que estão lá sofrendo.

Mas essa empatia não é verdadeira, não...

Sentimos tristeza, empatia, mas é tudo momentâneo, pois assistimos a televisão para sentir a tristeza deles, sim, mas no conforto do nosso lar, onde sabemos que está dando tudo certo. É uma empatia... falsa. Temos certeza de que tudo vai dar tudo certo pra eles, mas não sabemos como, só torcemos pra isso.

E isso não é só quando se trata do Haiti...

Por que será que o Brasil Urgente tem uma audiência monstruosa quando tem enchentes? Porque queremos ver desgraça alheia! Queremos ver as pessoas escorregando na enchente, queremos ver pessoas chorando porque perderam a casa, só queremos ver tristeza. É horrível, mas é assim.

Então, nesses casos, muitas pessoas que lerem esse post se perguntarão: "Mas o que a gente pode fazer? Não há nada que a gente pode fazer...".

Aí eu te respondo...

Que tal mudar o "Nossa, tanta gente morreu..." ou o "Nossa, pobre daquelas pessoas..." ou o "Por que a tecnologia não previu isso antes?" e, a melhor de todas, "Quantos mil morreram?" por "Como eu posso ajudar?" ou "Em que número consigo informações pra doações?" ou "Qual é a conta para depósito de dinheiro?" ou, o que é melhor, "Do que esse pessoal está mais precisando?". Fazendo isso, você está tendo uma atitude muito mais HUMANA, muito mais correta.

Tente pensar na tristeza que eles estão sentindo, tente pensar no que você faria se estivesse no lugar. Com certeza você ia clamar por ajuda e ia esperar que as pessoas de fora te ajudassem mesmo. O que os haitianos estão sofrendo não é uma brincadeira que só dura aqueles cinco minutos de reportagem da globo, aquilo está durando DIAS INTERMINÁVEIS pra eles.

Vê se levanta a sua bunda pra fazer algo de uma vez por todas! Tenha vergonha de si próprio por ser tão... tão... Superficial!
Isso não foi feito por direção de arte, é real. Que pena, não é mesmo?

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Pessoas quietas = nerd?

Eu sei que já falei sobre um assunto parecido com esse antes, mas tenho que reforçá-lo, afinal, as pessoas parecem não dar importância. Acontece que, as vezes, o silêncio de alguém incomoda muito a pessoa que está do seu lado. É injusto, mas há um motivo pra isso. Aliás, não um motivo, mas uma série deles.

Saiu na Revista Super Interessante de não sei que mês, afinal, faz um tempo que li, que pessoas quietas e introvertidas são mais criativas, sabem lidar com certos tipos de situações sem enlouquecer e, apesar de ser paradoxal, se dão melhores pra falar em público do que uma pessoa mais extrovertida. Isso pareceu estranho, mas não estamos falando apenas de desenvoltura diante do público, e sim na formação de pensamentos que é nada mais, nada menos, do que resultado de muita reflexão.

Mas tem alguém que consegue fazer alguma reflexão enquanto fala sem parar?

Pois é... As pessoas mais comunicativas, geralmente, não são muito boas em diálogos, mas quando se trata de monólogos, a conversa flui... Não, espera aí! Como pode haver uma conversa, que seria, na verdade, uma troca de ideias, quando a pessoa fala em monólogo, ou seja, fala
sozinha?

Simplesmente não há conversa.

Não havendo essa troca de ideia, não se adquire conhecimento. A troca de falas é mais importante do que parece, pois se você tem uma ideia errada fixa na cabeça e não dá espaço para que os outros possam te corrigir, você vai continuar errado todo o sempre. E o pessoal vai rir da sua cara.

É por isso que eu concordo com a Marimoon quando ela diz que os Nerds vão dominar o mundo e que devemos ter inveja deles, pois são eles quem vão vencer na vida. Acontece que os chamados nerds são sempre capazes de ouvir os outros, são mais atenciosos, assim, adquirem mais conhecimentos, ampliam as suas ideias, se tornam pessoas melhores. Os argumentos ficam inteligentíssimos, não se perdem quando expõem uma ideia e vão longe.

É... devemos mesmo ter inveja dos Nerds. E das pessoas quietas também, que nem sempre são nerds.

Será que é um problema grave ser nerd?

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Carros Felizes! ^.^

Os carros têm um poder sobre as pessoas maior do que o poder de locomoção. A partir de quando ele foi inventado, causou uma revolução muito maior do que ele pensa, e é uma revolução subliminar, que foi mudando as pessoas pouco a pouco sem que elas percebessem. Agora, o modo como as pessoas agem em relação à ele é aceito normalmente, sem hesitação alguma.

A primeira mudança radical foi a mudança de status. Quem tinha um carro, era uma pessoa maneira. Depois, as mulheres, que não conseguiam comprar seus carros, davam em cima daqueles que o tinham, criando, assim, o que chamamos hoje de Maria-Gasolina. Os interesses passaram a mudar; o amor não importava mais.

A partir daí, já temos duas mudanças drásticas: a criação da superioridade sob aqueles que não tinham carro e o súbito interesse das mulheres por quem o tinha.

Após isso, quem não tinha carro, queria ter. As vezes, o irmão de uma pessoa, que tinha um carro e poderia muito bem ou levá-lo aos lugares, ou emprestá-lo para que ele pudesse ir aos lugares, não o fazia. Muitas vezes, também, esse outro irmão não queria esse carro emprestado, pois era do seu irmão, e não seu. Havia, então, dois pensamentos diferente: aquele que tinha o carro queria sentir a posse sob aquilo que é seu e aquele que não tinha, mas tinha um familiar que tinha, não queria usá-lo, pois também queria sentir esse sentimento de posse, mas sob algo que fosse seu.

Até aqui, mais mudanças: por mulheres só se interessarem por quem tinha carro, os homens, mais e mais, queriam comprar os seus carros, e não utilizar carros alheios.

Com isso, o carro se tornou uma coisa popular. Hoje, você pode comprar um em mais de 80 parcelas, ou, se preferir, pagar a vida inteira. A velha geração sempre troca de carro, a nova geração sempre compra o seu novo carro, e um novo caos estava feito. Na verdade, o pior de todos eles: a falta de conscientização e o abarrotamento de carros.

A partir daí, não tem mais como consertar o erro.

É cultural, e não tem mais volta, crescer querendo um carro. Você trabalha, entra na faculdade e compra um carro. Você trabalha, ganha um dinheiro maneiro, e compra um carro. Você vai no Sílvio Santos, responde meia-dúzia de perguntas e ganha um carro. Ou seja, todo mundo quer um carro. E todo mundo está tendo um carro.

Conclusão de tudo isso, são SÓ 800 NOVOS CARROS POR DIA SÓ EM SÃO PAULO. A cada dia que passa a coisa vai ficando feia, e os problemas são simples:

  • POLUIÇÃO;
  • SUPER-LOTAÇÃO;
  • MAUS TRÁFEGOS INFERNAIS E;
  • UMA DESIGUALDADE SOCIAL TERRÍVEL!
Mas quem se importa com isso? Quem?

Só é necessário ter o seu próprio carro e ser feliz, é isso o que se deve pensar, não é?

NÃO!

Está faltando consciência por parte da população e não há mais como consertar isso quando comprar um carro faz parte da cultura brasileira. O estrago já foi feito, não há como voltar atrás.

E eles acreditam que o mundo vai acabar em 2012, mas será? Ano passado, quando eu vinha pro trabalho, eu demorava meia-hora pra chegar. Esse ano, estou demorando 50 min. Houve uma mudança aí, não houve? Será que 2010 aguenta?

Será que teremos salvação?

P.S.: O principal motivo que me deu inspiração para escrever o post foi essa foto que tirei no ônibus, hoje de manhã. O trânsito estava parado, e a rua estava cheia de carros. Essa foto eu tirei por volta de 08h30 da manhã, e é assim o dia inteiro aqui em São Paulo. Será que teremos salvação, eu pergunto mais uma vez.

P.P.S.: Eu não quero comprar um carro ^.^ Não gosto de andar de ônibus, mas ando, pois é preciso.

P.P.P.S.: Fora que se eu comprar um carro, vou ter que pintar meu cabelo de rosa. Uma pequena aposta que fiz com meus amigos...

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Raiva

As pessoas dizem que a raiva é maléfica pra vida. Tem pessoas que até dizem que a raiva traz câncer. Então, qual seria a melhor solução pra resolver esse problemão que assola tanta gente que é o fato de sentir raiva?

Ok, muitos diriam assim "Ah, é só não sentir raiva dos outros, é só ser uma pessoa compreensiva" essas coisas bobas que só quem não tem motivo nenhum pra sentir raiva diria. Agora, prestem atenção, como é que você não vai sentir raiva quando a cidade inteira está em silêncio e só o seu vizinho, que é seu parente, por sinal, resolveu começar uma festinha as 00h01, ligando o celular numa rádio muito louca com a luz acesona na sua cara? Ah, ele está fumando narguilé, que muitos sem-cultura chamam, carinhosamente, de narguíly, e não está sozinho, está com a sua irmã. Altas aventuras, certo?

Levando em consideração que você tem que acordar cedo no próximo dia pra poder trabalhar, e que você não consegue dormir por causa do barulho que eles estão causando, o que é que você faz? "Você tem que ser compreensivo, não se pode causar problemas com vizinhos..." CHEGA! Esse papo de vizinhança feliz só funciona nos Estados Unidos, mas funciona muito mal, ainda por cima.

Com tudo isso acontecendo ao mesmo tempo, você vai ficar com raiva, não tem como... Só que, passado alguns minutos, a sua raiva se transforma em fúria, não mais uma raivinha simples. O que é que você tem que fazer? "Se você não gosta de festa, você tem que deixar os outros de divertirem com o que gostam..." NÃO! Você pensa, reflete, percebe que eles estão invadindo o seu espaço, por mais que as janelas e portas estejam fechadas, que eles conseguem ser impertinentes mesmo estando longe de você, e se lembra, também, que quando você dorme pouco, acorda mal humorado e trabalha muito mal... Reunindo tudo isso ao mesmo tempo, você vai ficar louco...

E vai começar a tremer... Mas não é de frio, é de rancor. Suas pernas vão tremer nervosamente, enlouquecidas, e você vai sentir as suas bochechas queimarem, mas você sabe que isso não é febre, e você pensa Puxa! Eles estão pisando em mim e eu não vou fazer... nada?

Isso já é o suficiente pra tomar coragem, abrir a janela da sua casa e dizer, delicadamente "Por favor, vocês podem, pelo menos, desligar o celular?". Pode ter certeza, depois de um minuto, e não estou exagerando, eles não vão só desligar o celular, como também a luz e a matraca. Vai dar tudo certo. E sabe o que é melhor, a sua raiva vai embora rapidinho, como se você tivesse tomado um banho de água fria. Você vai se sentir tão bem, tão feliz... Vai perder o sono, mas seu orgulho vai estar nas alturas. Isso sim vai te fazer bem.

Por isso, concluo que a raiva é algo ruim. Se você sente raiva, e sabe que isso só faz mal pra você, acabe com o motivo dessa raiva, mas faça isso por meio de palavras. Usar murros e pontapés só vai te fazer sentir mais raiva. A felicidade que vem depois dessa conquista é eletrizante, não tem igual. E mais, não deixem que pisem em você. Você é a pessoa mais importante, não adianta se martirizar e se achar incapaz quando você sabe que isso é mentira.

ACORDE!

E o principal: tenha argumentos pra defender o seu ponto de vista. Muitas pessoas podem confrontar quando você falar algo que não lhes convenha, mas você tem que se manter firme, usando todas as suas artimanhas para defender a sua visão. Argumente!

É assim que eu consigo viver até hoje.