A primeira mudança radical foi a mudança de status. Quem tinha um carro, era uma pessoa maneira. Depois, as mulheres, que não conseguiam comprar seus carros, davam em cima daqueles que o tinham, criando, assim, o que chamamos hoje de Maria-Gasolina. Os interesses passaram a mudar; o amor não importava mais.
A partir daí, já temos duas mudanças drásticas: a criação da superioridade sob aqueles que não tinham carro e o súbito interesse das mulheres por quem o tinha.
Após isso, quem não tinha carro, queria ter. As vezes, o irmão de uma pessoa, que tinha um carro e poderia muito bem ou levá-lo aos lugares, ou emprestá-lo para que ele pudesse ir aos lugares, não o fazia. Muitas vezes, também, esse outro irmão não queria esse carro emprestado, pois era do seu irmão, e não seu. Havia, então, dois pensamentos diferente: aquele que tinha o carro queria sentir a posse sob aquilo que é seu e aquele que não tinha, mas tinha um familiar que tinha, não queria usá-lo, pois também queria sentir esse sentimento de posse, mas sob algo que fosse seu.
Até aqui, mais mudanças: por mulheres só se interessarem por quem tinha carro, os homens, mais e mais, queriam comprar os seus carros, e não utilizar carros alheios.
Com isso, o carro se tornou uma coisa popular. Hoje, você pode comprar um em mais de 80 parcelas, ou, se preferir, pagar a vida inteira. A velha geração sempre troca de carro, a nova geração sempre compra o seu novo carro, e um novo caos estava feito. Na verdade, o pior de todos eles: a falta de conscientização e o abarrotamento de carros.
A partir daí, não tem mais como consertar o erro.
É cultural, e não tem mais volta, crescer querendo um carro. Você trabalha, entra na faculdade e compra um carro. Você trabalha, ganha um dinheiro maneiro, e compra um carro. Você vai no Sílvio Santos, responde meia-dúzia de perguntas e ganha um carro. Ou seja, todo mundo quer um carro. E todo mundo está tendo um carro.
Conclusão de tudo isso, são SÓ 800 NOVOS CARROS POR DIA SÓ EM SÃO PAULO. A cada dia que passa a coisa vai ficando feia, e os problemas são simples:
- POLUIÇÃO;
- SUPER-LOTAÇÃO;
- MAUS TRÁFEGOS INFERNAIS E;
- UMA DESIGUALDADE SOCIAL TERRÍVEL!
Mas quem se importa com isso? Quem?
Só é necessário ter o seu próprio carro e ser feliz, é isso o que se deve pensar, não é?
NÃO!
Está faltando consciência por parte da população e não há mais como consertar isso quando comprar um carro faz parte da cultura brasileira. O estrago já foi feito, não há como voltar atrás.
E eles acreditam que o mundo vai acabar em 2012, mas será? Ano passado, quando eu vinha pro trabalho, eu demorava meia-hora pra chegar. Esse ano, estou demorando 50 min. Houve uma mudança aí, não houve? Será que 2010 aguenta?

Será que teremos salvação?
P.S.: O principal motivo que me deu inspiração para escrever o post foi essa foto que tirei no ônibus, hoje de manhã. O trânsito estava parado, e a rua estava cheia de carros. Essa foto eu tirei por volta de 08h30 da manhã, e é assim o dia inteiro aqui em São Paulo. Será que teremos salvação, eu pergunto mais uma vez.
P.P.S.: Eu não quero comprar um carro ^.^ Não gosto de andar de ônibus, mas ando, pois é preciso.
P.P.P.S.: Fora que se eu comprar um carro, vou ter que pintar meu cabelo de rosa. Uma pequena aposta que fiz com meus amigos...
Eu tbm não qro comprar um carro. Quer dizer, querer eu qro, mas só de ver o transito maluco de sampa me desanima completamente. E a aposta é q se vc DIRIGIR vai ter q pintar o cabelo de rosa, e não se vc COMPRAR um carro. A diferença não é grande, mas é significativa. E não é só pintar de rosa, vai ter que fazer o moicano tbm ;D
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